sábado, 24 de agosto de 2013

PERFUME DE VIDA

          Hoje, logo pela manhã, um perfume adocicado com toque floral invade a varanda da minha casa. Ao sentir o aroma agradável, de primeiro instante, apressada com os afazeres diários, apenas questionei em pensamento, de onde vem este perfume tão bom.
          Algumas horas depois, passando pelo mesmo local, o perfume estava mais forte, o pensamento se tornou curiosidade, fechei os olhos e tentei sentir a direção do perfume. Eliminado um dos sentidos, a visão, agucei os demais, e minha imaginação ecoou pelo espaço. Ao abrir os olhos, o perfume ainda era agradável, mas já não parecia ser tão especial.
              Como se invadisse o meu espaço, o aroma de flores se encontrava depois de horas, em todos os espaços que tetava ocupar. Já sentia uma dor na parte frontal da cabeça, um sensação estranha, esse perfume já estava perturbando. Agora não mais em pensamento, mas em alta voz, questionei, de onde vem esse perfume???
              
                                                     (...)

                 Quantas vezes olhamos e não vemos... Vivemos ou moramos em nossas casas... O desconhecido nos perturba, temos que ter domínio de tudo, se não domino, afasto... Diante de situações inusitadas, custa aguçar os sentidos?... Tente olhar o triângulo de outro ângulo, ele pode ter tantas faces quantas seu desejo de explicação quiser... 

                                                 (...)

                Era apenas o pé de jabutiba em flor, que pelo que pesquisei depois, não permanecerá tanto tempo assim, como tudo nesta vida de meu Deus, é perecível. Apenas o instante, a lembrança, a saudade, o sonho, o desejo podem durar um pouco mais, só um pouco, pois também tem fim... vou aproveitar o perfume então, e as flores também, e fazer meu instante de vida perfumado, e viverei mais em minha casa, e enxergar quando olho, mergulhar no desconhecido, experimentar, experienciar...aproveitar esse PERFUME DE VIDA.

     
               



domingo, 4 de agosto de 2013

O Que Me Espera Hoje?

Quando acordo, antes mesmo dos olhos abrirem, me faço a pergunta pesada. O que me espera hoje?
É como se tudo já estivesse armado, me esperando, cada dia uma ventura desventurosa, daquelas que fazem questionar se ainda vale a pena continuar.
O que me espera hoje?
Estou enjoada, ombros pesados, torpor na cabeça. Nem vontade de levantar. Mas ouso, ouso ir e tentar mais uma vez, desejo forte e permanente de que hoje seja diferente.
Porém o permanente é perene. E se esvai como a névoa beijada pelo forte sol.
Mas, o que me espera hoje?
Não sei, e não saberei se não viver o completo dia de hoje.
Melhor levantar e de coração branco viver intenso o que me espera hoje.
Me vou...fui...e vivi!!!
Vivi como último dia, e ao fim agradeci pelo que me esperou. 
Sou construída por rocha e plumas.
Hoje, foram rochas, soerguidas pelo tempo e é na história do tempo que ficará o que me esperou hoje.


 
Especialmente para minha amiga ELIANE MACIEL.