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domingo, 31 de julho de 2011
quinta-feira, 28 de julho de 2011
A palavra...
Gosto de palavras...
Se juntam, viram frases, brota em mim paixão...
Teimosas frases conseguiram formatar texto, não resisto, sinto libido...
Calma, leio, leio...surge uma pergunta, mais uma, outra e outra... estou amando ...insanamente...
A questão não sai da minha mente ?
Instiga a reflexão... estou em êxtase...
Confesso, sem confusão, sou dependente de ti.
... palavra ...
... palavra ...
Déa Maffezzolli
quarta-feira, 20 de julho de 2011
Terceiro Tratado ...
(...) híbrida é nossa posição a respeito de nós mesmos, porque em nós fazemos experiências que não nos atreveríamos a fazer em animal algum e cortamos nossa alma com satisfação e curiosidade como cortamos a carne viva. Que nos importa ainda a “salvação” da alma? Logo nos curamos: a doença é mais instrutiva que a saúde (...). Fazemos violência a nós próprios, problema que estabelecemos, como se a vida não consistisse senão em descascar nozes. Justamente, por causa disto, dia após dia, sem cessar, nos tornaremos mais problemáticos, mais dignos de criar problemas, talvez também, justamente por isso, mais dignos – de viver?
(...) o terrível símbolo do destino de todo filósofo sobre a terra; todo aquele que constrói um “novo céu” encontrou a força no seu próprio inferno...
Nietzsche, Friedrich; A Genealogia da Moral, 3.ed.- São Paulo: Editora Escala,2009,p.127,129.
terça-feira, 19 de julho de 2011
...Eu sei quem eu sou, os outros pensam que sabem...
Assim como Sartre, minha arma são minhas palavras.
Melhor ser esthlós, a viver como deilós.
E usar a velha filosofia, só me importar com quem interessa.
Como diz Nietzsche, " Despreocupados, zombadores, brutais, assim nos quer a sabedoria (...)
Assim Falava Zaratustra citado no livro A genealogia da Moral, p.109
Melhor ser esthlós, a viver como deilós.
E usar a velha filosofia, só me importar com quem interessa.
Como diz Nietzsche, " Despreocupados, zombadores, brutais, assim nos quer a sabedoria (...)
Assim Falava Zaratustra citado no livro A genealogia da Moral, p.109
domingo, 17 de julho de 2011
PERFORMANCE - Artes Visuais
O QUE É PERFORMANCE?
Performance é aquilo que não foi nomeado, que carece de uma tradição,mesmo recente, que ainda não tem lugar nas instituições. Uma espécie de matriz de todas as artes.
Jocken Gerz
Para compreender o que é performance, é necessário um passeio pela história da arte, principalmente pelo Futurismo e o Dadaísmo. Viajar no sentido de Happening, Body Art. Conhecer o trabalho de Kaprow, Beuys e Grupo Fluxus. Este seria o conhecimento mínimo para elucidação e formação de um conceito que considero primário.
Referências:
ABRAMOVIC, Marina. Seven Easy Pieces. Milão: Charta. 2007, p. 37.
GLUSBERG, Jorge. A arte da performance : Editora Perspectiva. 1980 , p.110
Esgotados os estudos conceituais que nominei acima, me deparo com o teatro, minha grande paixão. A grande dúvida, porém, fica na comparação inevitável entre o teatro e a performance. Ao ler um artigo na revista Educação e Realidade (p.23-35, maio/ago 2010), deparo-me com uma frase de Richard Schechner " (...) todo teatro é performance, mas nem toda performance é teatro (ou qualquer outra subcategoria de performance). Tudo isso pode parecer muito simples; todavia, acredito que seja importante manter essas distinções em vista".
Procurando entender a diferença encontro-a na apresentação e na representação. O teatro está para o campo representativo assim como a performance para a apresentação, segundo Marina Abramovic, “sem ensaio, sem repetição, sem final previsto”. Três pistas simples, que diferem o teatro da performance.
Agora ficou fácil, a performance não pleiteia um espetáculo especular ela é uma realização de desejos. Desta forma, a performance não tenta fazer arte, é arte. E é arte de um modo constitutivo, porque nenhuma outra forma de arte trabalha com o mesmo enfoque: o corpo do artista; e mais importante, com o tempo desse corpo.
ABRAMOVIC, Marina. Seven Easy Pieces. Milão: Charta. 2007, p. 37.
GLUSBERG, Jorge. A arte da performance : Editora Perspectiva. 1980 , p.110
Atividade 1:
PERFORMANCE:
“Não é só a lebre que está morta”
Baseados na obra de Joseph Beuys, “Como Explicar Desenhos a uma Lebre Morta” (1965), quatro performes (Ana Paula M. Batista, Andréa Maffezzolli, Eliane Maciel, Fábio Klement) partindo da apropriação, se reuniram para a criação da performance “não é só a Lebre que está morta”.
Num corredor de aproximadamente 20m x 4m. Dá-se inicio ao primeiro momento do ato performático. O grupo se dividiu em duas partes, a primeira dupla se posiciona a uns sete metros, na altura do corredor. Os outros dois elementos no final do corredor iniciam o ato performático, onde o performer “um” carrega nas costas o performer “dois” na posição horizontal seguindo em linha reta até o performer “três” e “quatro”. Ao chegar ao ponto pré combinado o performer “um” deixa o “dois” cair ao chão e ao dar um passo à frente também cai, ambos na posição horizontal. Neste momento o performer “três” e “quatro” se posiciona atrás nos corpos estirados ao chão e dão inicio a segunda parte do ato performático, onde os elementos que estão no chão recebem estímulos com os pés dos elementos que estão de pé ( imitando golpes de “chutes”) na seqüência, os elementos ao chão giram o corpo a cada movimento, não pela força da ação, mas pela intencionalidade. Juntamente com a ação o performer “três” e “quatro” repetem constantemente a frase: “a lebre não está morta” mantendo o mesmo ritmo e entonação de voz até chegar ao final do corredor. Na terceira e última parte, o performer “um” será arrastado pelos braços até o depósito de lixo, “lixeira” localizado a 8 metros do final do corredor. O segundo performer é carregado pelos braços pelo performer “três” e pelos pés pelo performer “quatro” até um indivíduo que faz parte do público escolhido aleatoriamente no momento.
Os performes “três” e “quatro” saem do ambiente juntos sem nada a dizer em direções opostas de onde deixaram o performer “um” e “dois”. O ato performático termina quando alguém do público intervém nos corpos ali jogados, apenas com um toque.
No ato performático apresentado no dia 17/06/2011 o performer “dois” sofreu interferência em dois minutos e o “um” aproximadamente em 5 minutos. Sem mais cada qual volta ao seu local de origem.
REGISTRO:
REGISTRO:
Atividade 2:
DESCRIÇÃO
PERFORMANCE: “SEM TÍTULO”
Ainda na Universidade Católica, na tarde do dia 09/07/11, lá pelas 14horas, os acadêmicos reunidos relatam ideias sobre uma possível performance, que seria realizada na feira do livro que estava acontecendo na praça Ângelo Piazera na cidade de Jaraguá do Sul.
Muitas sugestões criativas, demostrando a evolução do grupo diante desta linguagem artística, a nos apresentado tão recentemente. Após selecionarmos quais seriam as ações, nos dirigimos à praça, dando inicio ao ato performático aproximadamente às 15h40min da tarde já mencionada.
Iniciamos, andando pelos estandes das editoras para selecionar os livros que seriam utilizados em nosso ato.
Após, nos reunimos no lado esquerdo da tenda (visão de quem entra pela porta de entrada), quase centralizados, numa grande roda, cada qual, lia o livro escolhido em voz alta, produzindo uma multiplicidade de sons.
A segunda ação foi passar os livros, ainda em roda, de mão em mão, pelo lado direito. Assim que o livro voltasse para a mão do performer que o escolheu, este deveria se deslocar pela grande tenda.
Ao iniciar o deslocamento, inicia a terceira ação. Encontrar um local para fazer a leitura sentando, ou fazer a leitura parado de pé ou caminhando, sempre de acordo com suas possibilidades, pelo tempo determinado por ele, e por seu corpo.
A atividade sinaliza ao seu fim, quando o último performer aproxima-se silenciando em sua leitura. Os livros são entregues nos estandes, finalizando a performance.
REGISTRO:
REFLEXÃO
Apesar das artes cênicas fazerem parte de mim, descortina-se novos sentimentos no momento da realização de uma performance. É muito diferente de estar em um palco, com luzes e cansativos ensaios, preparação corporal e figurinos. Fadigosas reuniões e muito tempo de preparação. Uma emoção nova no ar.
Comento sempre, que não sinto nada nas coxias, não consigo sentir nenhuma apreensão, entro, faço o que tem que ser feito, sempre com a maior tranquilidade. E no final o prazer em forma de aplausos acalanta e desta forma as sensações aparecem.
Quando dirijo uma coreografia, aí sim, nervos aflorados, fico “insuportavelmente” insuportável dois dias antes. Eu dirigi, mas não sou eu fisicamente que estarei nos palco, é minha criação materializada no corpo de outra pessoa. Isso é agonizante.
Mas a experiência do dia 09/07, trabalhou minhas sensações de até então. Tinha na mente quais seriam minhas ações, partindo do que foi combinado, porém, falar com o responsável pelo estande foi o mais fácil naquela tarde.
Saí da roda com meu livro na mão, e quando me dei conta, já estava fora da tenda, em uma das laterais, onde encontrei apenas duas almas desconhecidas.
Voltei para a tenda, entrando pela saída, e me deparo com uma colega andando com seu livro e fazendo a leitura em voz alta, assim como tínhamos combinado. É! Não é teatro.
Tive que colocar algumas regras para que eu pudesse realizar a atividade com êxito. Combinei comigo mesma que iria fazer a leitura em voz alta sempre que encontrasse um companheiro. Fiz.
Minha sorte é que meu livro era muito bom “Memória das minhas putas pobres”, li umas quinze páginas, amei o livro e os sentimentos que em mim adentravam.
Entendo agora, melhor que antes que a performance é primariamente comunicação corporal. Complemento ainda citando GLUSBERG, “ O homem, o sujeito que produz as atuações, não o faz tão livremente, nem tampouco segue os ditames de um arbítrio caprichoso ou de uma decisão abrangente. Uma realidade mais profunda os impele a descobrir novas variáveis.
Tive dificuldade. Não consegui me despir por completo. “A liberdade do performer está submetida a esta relação entre o inconsciente e o consciente, que afeta, ao mesmo tempo, seu comportamento em relação aos seus companheiros (...)”, diz GLUSBERG.
Só uma questão de tempo. De compreender melhor o que se passa e agir. Performance é ação. E antes de irromper socialmente é necessário que primeiro seja dentro do performer. Pensando assim prossegui. Tomei gosto pela leitura. Não dei atenção alguma para o público, creio que está foi a maior estranheza. No teatro estamos sempre atentos às reações do público, de forma a controlar as emoções e manter a peça em alta. Ali não consegui perceber as reações. Exceto por um caso isolado, em que visualizei um homem segurando as mãos de uma criança, e a leitura que eu estava realizando não era condizente com a idade da mesma, eu tinha a opção de ação, li apenas, o homem agiu se retirando, ri por dentro, inconsequente, alguém pode dizer, mas como agir frente a uma experiência tão nova.
Faço teatro desde os doze anos de idade, foi a minha primeira performance em público. Na faculdade não conta, pela convivência já temos uma análise comportamental de cada colega, sei o que pensam. Ali foi diferente.
Concluo mais uma vez citando GLUSBERG, (...) se a arte, por definição, tem sido sempre uma prática que rompe com os cânones anteriores, antecipando novos rumos e transgredindo padrões, a arte do corpo dentro deste contexto é uma das formas expressivas onde os códigos vigentes se enfrentam com o novo e com o imprevisto.
Li com gosto, entoando a voz o mais alto, como num dia de vitória, fui a última a parar e só parei por sentir a roda se fechando em meu entorno. Por mais “safa” que sou se fosse teatro beiraria a canastrice, mas é performance, apreciei e ambiciono mais. Atrevo-me até em criar.
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