terça-feira, 14 de maio de 2013

Comunidade alternativa



    De repente eu e minha família, estávamos fazendo parte de uma comunidade apesar de eu não compreende bem o que se passava ali. Eu, meu esposo, meu filho caçula muito amado, e uma garota que identifiquei como sendo nossa filha adotiva.
            Vamos conhecer o ambiente, percebo que há uma divisão clara de espaços, o que podemos e o que não podemos usar, onde podemos, e onde jamais deveremos pisar. Sinto-me apreensiva, com receio beirando a medo.
            Vejo um campo de futebol cercado, ambiente muito cinza, parece que não chega à luminosidade natural do dia, observamos ali, uma criança jogando sozinha. Ensaiando o que seria um gol, percebo também que há uma trilha na saída desta quadra para outro setor, recebo orientação para somente andar nesta trilha sempre, poderemos ser agredidos se ultrapassarmos o limite.
Não consigo entender este lugar, ao mesmo tempo que a ansiedade bate por ficar ali, fazer parte de algo novo, o receio cresce, pelo desconhecido.
          Saímos do ambiente quadra e nos deslocamos pelo caminho trilhado. Sempre em diálogos e conversa, para que possamos compreender o funcionamento do local, não é uma instituição religiosa, isso já percebi. Também não consigo identificar como um clube, então começo a sugerir atividades, na expectativa de que aquele local fique mais colorido, atividades artísticas quem sabe, eu cuido da parte de criação, meu esposo com habilidades em teatro, alimentaria o potencial criativo dos habitantes daquele lugar.
E conforme as idéias iam surgindo, os sorrisos amarelos em torno do planejamento também cresciam. Mas houve aceitação, não sei se de todo ou de parte.
Foi aí que algo chamou muita a atenção.
            Quatro carros incendiados com pessoas carbonizadas dentro. Parecia que estavam saindo e foram pegas no momento do escape. Não queria ver aquela cena, também não queria que meus filhos olhassem pra tudo aquilo, questionei o ocorrido, e principalmente, porque estava ali exposto de forma a todos verem, como um troféu, eu não compreendia isso tudo não fazia parte de minha realidade.
            Nossa atenção foi chamada, para um grupo que estava saindo para uma reunião de famílias. Chamaram um casal representante do “nosso lado”. "Nosso lado", indaguei. Aqui nós temos lados, observo que as pessoas que estavam saindo, tinha boa aparência, bem vestidos limpos, carros confortáveis. Avisto de longe uma amiga querida, que a muito frequenta minha casa, aceno de longe com saudade e carinho, ela viu e fez questão de não me reconhecer em meio aos “outros”.
         Um casal é escolhido para representar a família e todos partem. Neste momento observo que no ambiente em que me encontro as pessoas, são mais pálidas, parecem doentes, mal trapinhas  face de terror e medo. Sinto mais vontade ainda de ficar ali e ajudar. Parece que estou no local certo. Não visualizo mais os carros queimados, no local agora somente um gramado verde, poucas flores e sombra. Estranho, muito estranho.
        Sou alertada, a não usar mais meu vestido, em tom floral, com fundo amarelo, muito elegante para o local, se lá estou terei que usar as roupas de costume.
Todos convidados pra a primeira refeição juntos. Sentamos a mesa, com expectativa grandiosa, meus filhos juntos, meu esposo também, a comida assusta um arroz moído com molho de osso, senti dificuldade em engolir, meu filho principalmente. Foi neste momento que tive a ideia de criarmos também uma horta para que pudéssemos variar o cardápio, novamente o sorriso amarelo, não entendo isso.
            Do nada, passa um jovem de semblante acinzentado, sem nada a dizer, passa a olhar os pratos e o quanto se estava comendo, e ele parou diante de meu filho. Questionou o porquê que o menino não comia. Disse que ele tinha dificuldade com o sabor, em engolir a comida. Ele se exaltou, gritou muito e fez menção de agredir meu menino, colocou cascas de pão em sua boca, quase o afogando. Levantei-me, gritei ainda mais alto, ajudei o menino a se recompor, o jovem cinza com mais raiva foi contido pelos demais, mas eu sabia que não tinha parado aí...



             Agora entendo, fomos divididos. Comemos os restos, somos agredidos, pelo puro prazer. Existimos apenas para servir, ninguém quer mudar esta situação, o conformismo de todos é assustador, se plantamos eles destroem, se vestimos, eles rasgam, se criamos, somos castigados, para comer o resto de tudo, para vestir o pano que antes foi limpo o chão, nada de sorrisos, nada de ideia, nada de nada... Estou numa comunidade alternativa.
           

Madrugada do dia 13/05/2013

domingo, 5 de maio de 2013

PINTANDO POR DENTRO

...quando bem pequenininha... cores de tinta eu sempre via, pintar por dentro eu queria, um NÃO sempre recebia, confesso que nunca entendia...


...agora bem crescidinha, ou talvez não, já não sei, retorna a vontade da infância, a de pintar por dentro, mas agora eu sei... 

... sei coisas que antes não sabia, não percebia, não compreendia... 

...sei também que depois de tanto saber, as cores mais fortes ficam
 e outras desaparecem, já não tem mais voz, nem vez...
 

...então hoje decidi de uma vez, pintar por dentro de mim,
antes que não dê tempo, da experiência sentir...

...tomei coragem e fui, tudo com calma preparar, conforme ia montando,
mais vontade dava de pintar...

...porque demoramos tanto, pra ser feliz, isso eu não sei...
gente amiga que está lendo, se pinte por dentro também...
 

...pinte de todas as cores, viva amores, beba a vida...
aquilo que mais tem medo, raiva e nenhum entendimento,
que não aceita pra você nem pra ninguém,
talvez seja a explicação...

... levante daí, se olhe no espelho, no fundo dos olhos as cores que tem... pra ser feliz, tem que ser agora, se dispa de você , se pinte por dentro também... 

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Mais uma vez 35....

      É mesmo, ano passado comemorei 35 com direito a festinha e tudo, contagem errada do tempo, ou certa talvez, afinal o que são números quando se trata da idade. Acordo em mim todos os dias um conhecimento milenar, e todos os dias da mesma forma, tenho no olhar a marca infantil, de quem ama, sonha, espera e acredita inocentemente.
       Nos últimos anos, criei como costume,  no dia comemorativo ao meu nascimento, como presente dado a mim por mim, escrever um texto, em forma de agradecimento e relato, desabafo e cheio de sentimentos, que concluem o meu dia, sempre um feriado...rsssss
        Neste ano de 2013, gosto deste número, deixo de lado as palavras e passo as imagens do meu dia feliz... Não serão todas, sempre guardo em segredo as mais picantes histórias, o livro aberto por hora se fecha, para num dia qualquer se abrir novamente...

AO ACORDAR...



... ao acordar, encontrei muitos papéis pelo chão, com números de 1 a 35... e uma  indicação que ao final eu encontraria meu presente, mas que ao passar por cada número, refletisse sobre minha vida até então...

... estava junto com os bilhetinhos...

...as duas imagens se complementam... meu pedido de presente...sem comentários...

... cartinha e mensagens dos meus...

...meu presente tão desejado... calos de amor!!! Ficou muito, muito melhor que os das imagens indicativas...

...logo após, um bolinho com a família, amooooo...

...do nada, mas não por acaso, aparece este pássaro de cor verde e passeia pela casa, presságios verdes... sei o que significa e tal a importância do aviso do universo...


CHEGA!!!

O Restante do dia, fica nas imagens do meu coração...
Sou feliz e tenho consciência disto.


ALGUMAS MENSAGENS... que fizeram lágrimas rolar durante o dia, sou transparente, alguns me conhecem bem, tão bem... viva la vida!!!






Agradeço a todos que colaboram dia após dia com minha evolução...não sei quanto tempo ainda terei, nem me importo muito, afinal, o que é o tempo se a consciência é infinita...afirmo sem pensar muito que o tempo que aqui estive foi de muito aprendizado e amor...obrigada minha gente!!!